Workshop Através dos seus olhos

O que é a memória? Como a construímos? É pelo que vemos, pelo que sentimos? Que memória guardamos de um espaço, de um teatro? O que existe para além do que vemos? Quem o habita?

A cenógrafa Carla Martinez desenhou uma oficina de construção de cenografia e objetos, integrada no FIMFA, partindo da ideia de memória e das memórias que se levam do teatro e das próprias memórias que um teatro tem (o São Luiz, que este ano comemora 125 anos). Tudo começa com uma visita ao Teatro São Luiz, onde as crianças são levadas a conhecer as três salas onde se apresentam espetáculos, a Luis Miguel Cintra, a Bernardo Sassetti e a Mário Viegas, e a registar pormenores sobre estes espaços, bem como histórias sobre eles. Mais tarde, já nas suas escolas, as crianças reproduzem estas salas do Teatro São Luiz a partir do seu olhar, da sua memória, utilizando diversos materiais como madeira, cartão e luz.

Desafio lançado a três turmas do 4.º ano do 1.º ciclo, em três escolas vizinhas do teatro, e que acolheram a cenógrafa durante os meses de abril e maio, nas suas salas de aulas, e com ela partiram nesta aventura da reconstrução.

As peças resultantes desta oficina estarão expostas no foyer do São Luiz, durante o FIMFA.

_BIO

Carla Martinez nasceu em Barcelona e formou-se em Design Gráfico na Escola de Artes Serra i Abella. Em 2012 viajou para Madrid, onde estudou cenografia, ao mesmo tempo que começou a trabalhar na Dissenycoor, empresa de design de interiores e construção, onde realizou inúmeros projetos de decoração durante três anos. Em 2015 instala-se em Lisboa e começa a trabalhar como cenógrafa em projetos de Ainhoa Vidal: "Uma Luz na Terra", "Asas de Papel", com o artista plástico Ángel Ruiz Orozco; "E então, Pinocchio sou Eu?", “Heróis”, “Oceanos” e " Rosa Cão", com o cenógrafo Nuno Brandão (Circolando). Faz a cenografia do espetáculo "A cidade da tristeza profunda", peça para o público jovem criada pelo grupo Dead Combo. Realiza também a cenografia de “Labirintos do Minotauro” de Sara Toscano e “O Sr. Ninguém” de Gustavo Vicente. Atualmente desenvolve trabalhos como cenógrafa para o Teatro do Vestido, de Joana Craveiro, nos espetáculos "Mapa Mundi" e " Era uma vez um pais assim". Trabalhou com os Produtores Associados e Idade das Ideias na produção de festivais e espetáculos.